segunda-feira, 2 de março de 2009

A vida, como ela é

ele jamais compreendera os sentimentos. não entendia como surgiam, nem o porquê. não sabia de onde vinham, e nem porquê sentia certas coisas por determinadas pessoas. digamos que sentimentalismo, era um assunto um tanto quanto distante para ele. era jovem, não precisava se preocupar com isso, e nem queria. tinha um futuro todo pela frente, mil planos. havia também seus amigos, sua família. sua vida era completa e ele era muito feliz dessa forma. um dia desses, porém, as mudanças começaram a ocorrer. apareceu na sua vida, uma pessoa que ele não esperava. uma amizade doce, e pura. um sentimento muito bom, que ele não compreendia. essa amizade foi tornando-se essencial para ele. já estava ficando difícil passar um dia sem conversar com ela. quando isso ocorria, apelava para o telefone e outros meios de entrar em contato. cada minuto, cada segundo, era muito tempo longe dela..mas eles eram apenas bons amigos, e ela contou com essa amizade, muitas vezes. madrugadas que ela chorou ao telefone, foram com ele. desabafos angustiantes pela internet, foram com ele também. ele notou que, para ele, já não era uma simples amizade. ele não conseguia ficar longe dela, seus pensamentos tinham um único rumo. mas como eu disse, eles eram apenas amigos, apenas bons amigos.. ele estava em conflito com si próprio. sua razão, mandava que ele esquecesse tudo, pois de certa forma, poderia perder a amizade dela. mas seu coração insistia em lutar por isso. ele entendia que a situação não era propícia, pois ela estava numa fase complicada da sua vida amorosa (e ele como bom amigo, sabia disso tudo), mas ele já não conseguia esconder o que sentia por ela. aquele garoto, que até pouco tempo não entendia, e de certa forma desconhecia tais sentimentos, começou a compreender o que estava acontecendo. mesmo não tendo vivivo tal experiência, ele sabia perfeitamente que não era apenas uma 'paixãozinha' adolescente. era algo mais forte, que ele não seria capaz de definir. ele precisava falar tudo para ela, mas não podia. ele estava certo, agir por impulso não seria bom. como bom amigo, que ele era, resolveu dar tempo à ela..resolveu deixar que as coisas fossem tomando seu devido rumo, para que ele não colocasse nada a perder, agindo antes da hora. ele era paciente, e amava. isso basta para explicar tal atitude tão sublime. os dias foram passando, e as coisas não eram mais as mesmas. ela não conversava mais com ele, era não era mais a mesma amiga de sempre. raras eram as vezes que eles se encontravam na internet, e todas as vezes, ela alegava que não estava bem, e que estava evitando o contato com as pessoas. isso machucava sua alma, pois ele mais do que ninguém, queria ajudá-la. se ele pudesse, não deixaria que mal algum à atingisse. ele não gostava de vê-la mal. ele não queria isso. seu único desejo é que ela fosse feliz. mesmo amando-a, ele resolveu dar o apoio, que um melhor amigo daria. mas ela não era mais a mesma.. quantos dias passaram-se e ele não tinha mais notícias. o telefone, ela já não atendia mais. nunca mais a encontrou na internet. esse silêncio era a morte para ele. viver assim, dessa forma angustiante, era tudo o que ele não queria. porque isso estava acontecendo com ele? porque ela mantinha o silêncio absoluto entre os dois, se eram amigos? porque ela não deixava que ele a ajudasse, se o que ele mais queria, era o seu bem? ele passou a viver sua vida, por ela. já acordava pensando nela, não conseguia tirá-la um minuto do pensamento. na escola, em casa. com os amigos, com a família. seu corpo estava presente nos locais, mas seu pensamento só tinha um destino: ela. quando ia dormir, era nela que ele pensava. ele imaginava o quão bom seria viver sua vida, ao lado dela. sim, ele estava irrevogavelmente apaixonado. e pensar que tudo começara com uma simples amizade. e pensar que em tão pouco tempo, ela conquistou o seu sentimento. e pensar que ele tinha medo de lutar por seus sentimentos, por medo de perder sua amizade. ele preferia manter-se em silêncio, na solidão, do que arriscar e perder a única coisa que os unia: a amizade. mais dias se passaram, e aquele silêncio permanecia. eis que uma tarde, ele estava caminhando, e lá longe, avistou sua 'amiga'. ele não pensou duas vezes, saiu correndo, sem olhar para os lados, para encontrá-la. aah, ele tinha tantas perguntas a fazer! ele queria tanto saber como ela estava, queria tanto poder ajudá-la, dar o seu ombro amigo! ele queria mostrar para ela, que havia uma vida inteira pela frente, e que ele estava disposto à mostrar que amar pode dar certo. ele tentaria ser o cara certo, aquele que iria valorizar o sentimento dela. aah se ela deixasse ele mostrar, que a única coisa que ele desejava no momento, era fazê-la feliz. ele queria uma única chance, para mostrar a imensidão do seu sentimento! ele não sabia, mas uma tempestade estava prestes a desabar em sua vida. - eeii, Lini! brandou ele, correndo na direção dela. ela não olhou para os lados, saiu como se não ouvisse nada, e como se não houvesse ninguém ali. como se ele fosse insignificante. - Lini! volta aqui! eu estou falando contigo! ela continuou caminhando, fingindo não ouvir nada. ele apressou o passo. nunca imaginou que ela caminhava tão rápido, parecia que enquanto ele dava um passo, ela dava dez à sua frente. ela agiu como o vento, impossível de ser pega. - hum? disse ela, olhando para o chão, e seguindo sempre em frente. - Lini, o que está acontecendo? porque não falas mais comigo? - nada..não está acontecendo nada. - tu podes me dizer o que está havendo? porque começaste a agir assim comigo? o que eu te fiz? - nada.. - como nada? então ficar fugindo assim de mim, por nada? - não quero falar disso.. - porque não? eu tenho o direito de saber o que te fiz! - já disse, não quero mais falar disso.. - porque não pára e conversa direito comigo? - não quero mais falar sobre isso.. - mas Lini.. - tchau. ela continuou caminhando, só que desta vez mais rapidamente. era como se ela estivesse fugindo dele (e estava!), ele permaneceu parado. não acreditava que à 5min atrás havia corrido para encontrá-la, e para bem de conseguir arrancar essas palavras ásperas dela, ele teve de segui-la por um quadra inteira. ele não conseguia acreditar que ela o havia tratado com tanto frieza, como se ele fosse um criminoso. talvez o único crime dele, teria sido amá-la.. ele permaneceu parado naquele local por uns instantes. depois do choque que levara, demorou um pouco para conseguir pensar em caminhar de volta para casa. e ele seguiu seu rumo.. as ruas pareciam mais cinzentas do que nunca..as pessoas pareciam seres monstruosos e o céu estava nublado. a tal tempestade que estava prestes a desabar na sua vida, era esta. a desilusão que ele acabara de sofrer..o sentimento de impotência que ele ficou, por não ter conseguido forçá-la a falar algo concreto, era imenso. ele se sentiu insignificante perto de tudo o que estava acontecendo. afinal, ele não falara de seus sentimentos antes, por medo de perder aquela tão preciosa amizade. e agora, tudo isso estava acontecendo. num intuito de preservá-la e ajudá-la a passar pelos momentos complicados que ela estava, ele sentiu-se um completo idiota. ele entregou-lhe o bem mais precioso que ele possuía: o seu coração. e junto dele, os mais sinceros sentimentos. ele chegou em casa, e tudo permanecia sombrio.. cada segundo que passava, era mais um instante que ele vivia. se tivesse de prestar atenção para respirar, com certeza, esqueceria de fazê-lo. ele deitou-se em sua cama, e viu o mundo todo girando ao seu redor. aquelas palavras ásperas que ela disse, chegavam com toda a naturalidade aos seus ouvidos. em sua mente, ainda era clara a imagem dela caminhando, e dele lutando para correr atrás. jamais ele imaginaria que isso poderia acontecer. diversas possibilidades passaram-se em sua cabeça, como ela recusar o seu 'amor' entre outras..mas, ela simplesmente ignorá-lo, sem motivo aparente, como se ele tivesse feito algo errado, isso ele não imaginava. ele procurou um erro, um deslize em todas as vezes que conversou com ela. mas ele não encontrou. ele sempre foi o bom amigo, que estava ao lado dela quando ela precisava. quantas vezes ele sofreu, sabendo que ela sofria por outro. quantas vezes ele renunciou ao próprio sentimento..quantas e quantas vezes ele tentou ajudá-la. e era desta forma que ela estava retribuindo tudo. o tempo passou e ele foi obrigado a esquecer todo aquele sentimento. foi obrigado a esquecê-la. foi obrigado a viver sua vida, sozinho. como era difícil para ele tudo isto. ele tinha certeza que se ela aparecesse e pedisse desculpas, ele a perdoaria. ele seria capaz de renunciar o próprio orgulho por ela. agora, ele era capaz de entender, que seu amor por ela, era verdadeiro. somente aqueles que amam de verdade, são capazes de perdoar, e esquecer todos os erros do passado. somente os que amam de verdade, são capazes de ver a perfeição, num ser cheio de defeitos. somente os que amam, são capazes de compreender o verdadeiro sentido da vida. e por fim, apenas aqueles que já sofreram por amor, e foram capazes de superar isto, são capazes de enfrentar tudo na vida! porque não há nada mais doloroso, que a dor de um amor perdido. de um amor não correspondido. quando perdemos um ente querido, sofremos. quando temos de nos separar de nosso amigos, sofremos. quando perdemos algo valioso, sofremos também. com o amor, é da mesma forma.. nós acabamos colocando este sentimento acima de tudo, e de todos. quando ele dá certo, ficamos felizes por qualquer motivo. não precisamos de muito, para ficarmos sorrindo e irradiando alegria. mas também, quando ele não dá certo, não há nada no mundo que consiga amenizar a nossa dor. não há ninguém que consiga nos compreender, e não há nada capaz de cobrir o imenso vazio que fica dentro do peito. nem todas as histórias de amor, têm finais felizes. mas com certeza, elas nos servem de aprendizado. essas histórias mal-sucedidas são como uma base para os relacionamentos futuros. devemos aproveitar essas experiências, tanto as boas, quanto as ruim, para que quando a pessoa certa apareça, tenhamos capacidade de vivenciar tudo, da melhor maneira possível! e lembre-se: 'não chores porque terminou, mas sorria porque aconteceu!
-
Beeijos!
Amor, eu te amo muito!

1 comentários:

Anônimo disse...

Complicado ¬¬